quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cristãos preocupados com o “Koran Burinig Day. “Não” à queima do Alcorão.

Inaceitável e condenável.

O “Koran Burinig Day”, a “Jornada de incêndio do Alcorão”, campanha lançada pelo Pastor Terry Jones, do “Dove World Outreach Center” de Gainsville, na Flórida (EUA), por ocasião das celebrações de 11 de setembro, é uma iniciativa que preocupa as comunidades cristãs asiáticas.
Líderes religiosos, indagados pela Agência Fides em diversos países, concordam em afirmar que o princípio basilar do relacionamento entre as religiões é o respeito recíproco.
Dentre as coisas mais sagradas para uma comunidade religiosa, está o livro sagrado: um gesto do gênero fere profundamente os sentimentos dos fiéis. “Condenamos firmemente esta intenção e esta campanha, contrária ao respeito devido a todas as religiões; contrária à nossa doutrina e à nossa fé” – disse à Agência Fides Dom Lawrence Saldanha, Arcebispo de Lahore e Presidente da Conferência Episcopal.

Nazir S Bhatti, Presidente do “Pakistan Christian Congress”, pediu ao Rev. Terry Jones que anule a iniciativa, pois “pode prejudicar gravemente as minorias cristãs nos países de maioria islâmica”: o “Koran Burning Day será usado pelos extremistas islâmicos como pretexto para atacar os cristãos” – alerta. Na Índia, onde vivem 130 milhões de muçulmanos, o Card. Oswald Gracias, Presidente da Conferência Episcopal, reuniu os líderes religiosos cristãos e muçulmanos, que escreveram um comunicado conjunto, expressando aberta contrariedade a este ato, definido “contrário ao ensinamento de Jesus Cristo”. “Condeno, por parte da Igreja católica, esta ameaça totalmente insensível e desrespeitosa do Sagrado Alcorão” – disse o Cardeal.
Também na Indonésia, país muçulmano mais populoso do mundo, há viva preocupação. No último fim de semana, diversos cortejos de grupos islâmicos protestaram contra a iniciativa. Dias atrás, a Conferência Episcopal organizou um encontro com os membros do movimento radical islâmico FPI (“Frente islâmica de defesa”), no qual foi reiterado o respeito recíproco entre cristãos e muçulmanos. A Frente condenou fortemente o gesto do Pastor, mas não fomentou seus adeptos a vingarem-se contra os cristãos.

Os únicos responsáveis – afirma – serão aqueles que queimarem materialmente o Alcorão, pelo gesto sacrílego de que se mancharão, e não porque americanos ou cristãos. 
Dom Johannes Pujasumarta, Bispo de Bandung e Secretário Geral da Conferência Episcopal indonésia, disse à Agência Fides: “Expressamos o nosso dissenso e lançamos um apelo para que renunciem. Continuaremos a rezar para que não ocorra nada de lamentável, na Indonésia e em todo o mundo, por causa deste ato tão irresponsável”.

Agência Fides

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