Num dia em que jogava tênis, quando tinha 17 anos, Chiara Badano (1971-1990) começou a sentir dores muito fortes. Era o início da doença que meses depois a levaria à morte. “Por ti, Jesus, se o queres, eu também quero!”, eram as palavras que repetia durante sua morte.
Chiara pertencia ao Movimento dos Focolares, fundado na Itália por Chiara Lubich, em 1943. Será beatificada neste sábado às 16h, no santuário do Divino Amor, em Roma, em uma cerimônia presidida por Dom Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, em representação do Papa Bento XVI.
No mesmo dia, às 20h30, milhares de membros dos Focolares se reunirão na Sala Paulo VI, no Vaticano, para festejar a chegada aos altares da primeira de seus membros. No domingo, às 10h30, o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado vaticano, presidirá a uma missa em ação de graças na Basílica de São Paulo Fora dos Muros.
Chiara: A alegria da casa
Depois de 11 anos de casamento, o casal Ruggero e Maria Teresa Badano realizaram o sonho da chegada de sua primeira e única filha: Chiara, que nasceu em 29 de outubro de 1971, num pequeno povoado chamado Sassello, localizado na região de Liguria, norte da Itália.
“Não era apenas nossa filha. Era, em primeiro lugar, de Deus, e como tal tínhamos de educá-la, respeitando sua liberdade”, testemunha sua mãe, num vídeo que pode ser visto na página oficial de sua beatificação http://www.chiaralucebadano.it/
Em 1981, conheceu o movimento dos Focolares, graças a uma amiga chamada Chicca, que a convidou para fazer parte do movimento GEN (Geração Nova).
Em diálogo com ZENIT, Maria Grazia Magrini, vice postuladora da causa de Chiara Badano, afirma que quando ela era adolescente, gostava de cantar, dançar, jogar tênis e patinar. Amava a montanha e o mar. “Também ia à missa todos os dias”, disse Maria Grazia.
Um dia, jogando tênis, sentiu uma dor muito forte: “Retornou a sua casa muito pálida e subiu as escadas”, disse sua mãe, que lhe perguntou: “Por que retornou, Chiara?”. E ela disse: “senti uma dor tão forte nas costas que minha raquete caiu”.
As dores foram piorando. Após serem realizados os exames, constou-se o resultado mais temido: osteosarcoma. Sua mãe recorda quando chegou a casa depois da primeira sessão de quimioterapia. Não queria falar: “eu a olhava e via a expressão de seu rosto, toda a luta que estava combatendo dentro de si para dar seu sim a Jesus”. Após 25 minutos, ela disse a sua mãe: “agora pode falar”.
Chiara foi submetida a uma operação que não teve êxito, desde então perdeu o movimento de suas pernas. Segundo sua vice-postuladora, esta jovem esportista, apesar do momento tão doloroso, exclamou: “Se tivesse de escolher entre caminhar ou ir para o Paraíso, não tinha dúvidas, escolheria o Paraíso”, disse Chiara. Nesse tempo, fez uma forte amizade com Chiara Lubich, fundadora do movimento dos Focolares, que decidiu chamar Chiara de “Luce” Badano.
Assim transcorreu vários meses de sofrimento que ajudaram-na em sua preparação ao encontro com Jesus”. Os momentos mais bonitos foram durante seu último verão”, testemunha sua amiga Chicca.
Ela conta que a jovem quis preparar seu próprio funeral: os cânticos da missa, o vestido e o penteado: “Tudo para ela era uma festa. Disse-me que queria ser sepultada com um vestido branco, como uma esposa que vai encontrar com Jesus”.
Antes de morrer fez sua última exortação a sua mãe: “Quando você for me vestir, diga três vezes: Agora Chiara vê Jesus”. Chiara pediu que as córneas de seus folhos fossem doadas para dois jovens. Ela morreu nod ia 7 de outubro de 1990. As últimas palavras para sua mãe foram: “Seja feliz porque eu sou”.
FONTE CARMADÉLIO
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