Um oficial do Vaticano criticou a escolha de que o prêmio Nobel de Medicina será entregue ao biólogo britânico Robert Edwards, criador da fertilização in vitro.
Ignacio Carrasco de Paula, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, disse que o prêmio ignora as questões éticas levantadas pelo tratamento de fertilidade e que este causou a destruição de muitos embriões humanos.
Carrasco é porta-voz do Vaticano para assuntos relacionados a bioética, mas ressaltou que as declarações seriam opiniões pessoais suas.
Ele admitiu que a fertilização in vitro representa um "capítulo novo e importante no campo da reprodução humana", mas que a escolha de Edwards foi "completamente equivocada" já que, sem o tratamento, não haveria mercado para ovos humanos e "não existiria um grande número de congeladores lotados com embriões".
"Na melhor das hipóteses, estes vão ser transferidos para um útero, mas a chance maior é de eles acabarem abandonados, o que é um problema pelo qual o novo vencedor do Nobel da Paz é responsável", disse ele.
Premiação
Segundo o comitê do Instituto Karolinska, que escolheu o ganhador do prêmio, "as conquistas de Edwards tornaram possível o tratamento da infertilidade, que afeta 10% dos casais em todo o mundo". Desde 1978, mais de quatro milhões de bebês foram concebidos através da técnica.
"Hoje, a visão de Robert Edwards é uma realidade e traz alegria para pessoas inférteis em todo o mundo", diz o comunicado da fundação do prêmio Nobel.
Edwards é professor emérito da Universidade de Cambridge, na Inglaterra e coordenou o processo desde as primeiras descobertas na década de 1950 até os tratamentos de fertilidade atuais.
A premiação foi criada pelo sueco Alfred Nobel e entregue pela primeira vez em 1901, cinco anos depois de sua morte. Os vencedores recebem cerca de US$ 1,5 milhão e uma medalha de ouro.
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